Olha, se tem alguém que passou 2015 oscilando entre o céu e o inferno no esporte mais popular do Brasil, foi esse daí da composição
No alvorecer do ano, era um dos nomes mais concorridos no mercado da bola nacional, depois de boa temporada pelo Grêmio. O trio de ferro paulista o disputou, dando aos palmeirenses um sentimento de vitória dupla em clássicos após o anúncio da nova casa do jogador.
O desempenho verde na fase de classificação do Paulistão não foi brilhante, porém depois que a equipe eliminou o Corinthians na semifinal, em Itaquera, chegou à decisão em pé de igualdade contra o Santos, que decidiria em casa.
Abriu 1 a 0 no jogo de ida, no começo, e num contra-ataque do segundo tempo teve excelente chance de ampliar, com um pênalti a favor e um adversário expulso do outro lado. Dudu foi pra cobrança, mas acertou somente o travessão e a bola saiu por cima. Decepção moderada, pois apesar do placar ter sido magro, a vantagem era palmeirense pra partida de volta.
Domingo seguinte, na Vila Belmiro, o time anfitrião veio com outra postura e saiu na frente, deixando tudo igual. Ainda antes do intervalo, mais um problema para o Palmeiras ter que contornar: Dudu se estranhou com Geuvânio com a bola parada, antes de uma falta para os visitantes. O santista foi ao chão e o árbitro expulsou o palmeirense. Inconformado, o atacante caminhou na direção do juiz e o empurrou acintosamente, pelas costas. Teve de ser contido, chorou, fez papelão. Foi feio. No final, deu Santos e boa parte da bronca pela derrota caiu nas costas do camisa 7.
Além desse fardo, tinha o julgamento no STJD, pois havia a denúncia de agressão ao árbitro da finalíssima. Inicialmente houve a condenação por 180 dias, o que tiraria Dudu dos gramados no restante do ano. Felizmente pra ele e o Palmeiras que houve recurso e um acordo no novo julgamento reduziu drasticamente a pena, para 6 partidas de suspensão.
Mesmo assim, ele foi o artilheiro do Alviverde no Brasileirão, numa campanha que flertou com o G4 em boa parte do torneio, até cair na parte final e ficar no miolo da tabela, sem aspirações. Seria pouco, se não fosse o feito do time na Copa do Brasil. Nem sempre convincente mas bastante competitivo, o Palmeiras eliminou Cruzeiro, Internacional e Fluminense, este nos pênaltis, e reencontrou o Santos na decisão.
Dudu e seus colegas não se saíram bem na Vila, onde o Peixe venceu por 1 a 0. Só que vieram com tudo no Allianz Parque, atacando e marcando melhor. Os visitantes seguraram-se somente por um tempo, porque no segundo o camisa 7 brilhou. Dois gols, vibração no calor da torcida, sentimento de Já Acabou com o 2 a 0, que de fato sacramentava a conquista. Parecia faltar pouco. Mas aí, nos minutinhos finais que restavam, o Santos descontou. E vamos pros pênaltis de novo. Dudu ficaria no quase de novo?
Não, o berro de campeão sufocado até a última batida da decisão por pênaltis finalmente saiu. Dudu celebrou com os companheiros, gritou, chorou, farreou. Foi bonito. Por mais batido que seja o jargão de que a vida é uma sucessão de altos e baixos, assim foi o ano que se encerra para esse jogador (ufa, que ano!). Que em 2016 tenhamos mais um personagem "na gangorra" pra destacar, de preferência com final feliz também!
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