Uma das minhas preferidas da diva Elis Regina, referência direta ao duro período da ditadura brasileira, mescla de aula de história com literatura! Rica letra numa linda voz!!
A canção, de João Bosco e Aldir Blanc, foi coroada como o hino da anistia, quando personalidades brasileiras voltaram do exílio a partir de 1979, em um momento de alívio e festa no país.
A letra faz referência a Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, cuja morte provocada pelo regime repressivo completou 40 anos dias atrás (leia entrevista recente de Clarice clicando neste link).
Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos...
A lua
Tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel
E nuvens!
Lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil.
Meu Brasil!...
Que sonha com a volta
Do irmão do Henfil.
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora!
A nossa Pátria
Mãe gentil
Choram Marias
E Clarices
No solo do Brasil...
Mas sei, que uma dor
Assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança...
Dança na corda bamba
De sombrinha
E em cada passo
Dessa linha
Pode se machucar...
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show
De todo artista
Tem que continuar...
20.10.15
Hit das Antigas: O Bêbado e a Equilibrista
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