Em processo de renovação, a seleção brasileira feminina de vôlei primeiro foi vice-campeã da Liga das Nações, em julho, e dias atrás acabou o Mundial em segundo lugar.
Dois excelentes resultados, em que pesem as derrotas e gostos amargos de perder dois títulos. Porque, para avaliar se o desempenho e o resultado foram bons, no fim das contas, é preciso levar em conta com o que se contava: a expectativa inicial, a correlação das forças, qual era o tamanho do favoritismo para ser campeã.
Em nenhum dos dois torneios o Brasil era o maior favorito. Agora no Mundial foi se tornando uma forte candidata ao título, mas a superioridade italiana foi incontestável. Ok, perder faz parte do esporte. Perder para quem joga melhor do que você, é mais do que normal, é inevitável e muito aceitável.
Assim como é esperado que você esportista de alto nível, profissional, atleta de carreira, aceite a derrota numa final como um fracasso até certo ponto, afinal você chegou até a decisão e foi o segundo melhor entre 16, 20, 24, 32 adversários que também queriam estar na final.
Não precisa ficar satisfeito, mas é preciso subir ao pódio, receber a medalha de prata, tratá-la com respeito, sem desdém nem revolta, cumprimentar o campeão e os organizadores, atender a mídia e os torcedores que lhe ajudam a ter fama e reconhecimento como esportista, ir pra casa sem ofender ninguém, recuperar o ânimo e partir para a próxima, porque sua profissão é essa, com esses protocolos e, paciência, pois qualquer trabalho tem os deveres de ofício que desagradam porém precisam ser cumpridos.
Eu já admirava muito o Zé Roberto Guimarães, por toda a trajetória de serviços e conquistas ao esporte brasileiro, e essas bravas jogadoras, experientes e jovens, pela maneira como se dedicam, se superam, se ajudam, se motivam, se fortalecem como time. Ver o sorriso no rosto dele e delas após uma dura derrota, mas reconhecendo o quão longe chegaram, aumenta ainda mais minha admiração.
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