26.12.20

Pandemia, obrigado?


Podemos desejar, nessa virada de ano, que 2020 seja visto, anos depois, como o ano da pandemia do coronavírus. Não porque haja algo positivo na constatação, mas porque, se em 2021 a pandemia for contida, deixar de ser pandemia, houver vacina e cura para a doença, por exemplo, o ano da pandemia terá sido apenas 2020. Ou seja, teremos evoluído nessa luta. 

Fui uma das milhões de pessoas que trabalhavam fora, cinco dias por semana, e em determinado momento (março, aqui) passou a fazer home-office forçado, juntamente com os colegas, e assim passou a maior parte do ano. Antes de saber que seria assim, eu já queria experimentar a experiência do home-office. Ela veio sem muita escolha, minha e da minha empregadora, e até agora posso dizer que foi bem mais positiva do que negativa.

Considerando que seria mais um ano conciliando doutorado com trabalho na agência, foi benéfico para mim ter os dois compromissos para conciliar dentro de casa, sem precisar do desgaste e da perda de tempo dos vários deslocamentos em cada semana. Fora as viagens ocasionais, que já estavam programadas para o ano, tanto em função da agência (eventos com clientes) quanto da universidade (eventos acadêmicos). Bem menos cansativo. A perspectiva, no início do ano, era uma viagem para Nova Iorque em outubro e outra para Fortaleza em novembro, fora outras para destinos mais próximos, por exemplo.

Considerando também que engravidamos aqui em casa, Nina nasceu no final de agosto e pude passar os primeiros meses dela na maior parte do tempo estando em casa, mesmo trabalhando e estudando, ao lado da esposa e da filha, foi muito benéfico o distanciamento social forçado provocado pela pandemia. Me manteve no lugar mais perto de quem mais importa para mim (e precisa de mim) nos últimos meses e ainda hoje. Me manteve mais descansado e disposto do que eu estaria se ela não se impusesse. Parece bizarro e absurdo, mas devo agradecer à pandemia por ter vindo neste ano?? 

Retomando as crônicas de fim de ano

Entre 1995 e 2002 eu escrevia praticamente todos os anos uma crônica de Natal ou último dia do ano. Era como se fosse um registro das vivências, hábitos e preferências de cada momento, para guardá-los na eternidade e na memória com carinho.

Depois entrou a vida adulta de vez e parece que faltaram tempo, vontade, gosto de continuar a tradição. Mas quando a gente volta aos textos, anos depois, é muito gostoso. Cada época tem seu traço específico, algumas novidades, algumas repetições, porém todas fizeram parte de um pedaço de vida que, se a passagem do tempo leva embora, o registro em narrativa textual traz de volta. 

É um pouco de vida voltando a cada crônica, na contramão da inexorabilidade da existência caminhando para o fim. Como se ganhássemos um bônus pra rebobinar a fita (como dizíamos nos anos 90) e viver aquilo de novo. Não parece mágico?

Quando se tem uma nova motivação para viver, como uma filha como a Nina, a magia nos reaviva. Então vamos retomar a saborosa tradição! 2020 tem crônica de Natal. E publicada, uma novidade em relação às anteriores, de quando eu não tinha blog, pra você ver como são antigas. Está lá na minha página do Medium

28.10.20

Para não ter risco de esquecer

 


Para quem está por fora do que é Choque de Cultura, é favor pesquisar.
Palavras-chave correlatas:
TV Quase e depois TV Globo
Rogerinho do Ingá
Julinho da Van
Renan de Almeida
Maurílio dos Anjos

15.10.20

Paternidade

 Nina nasceu no dia 31 de agosto e desde então a vida aqui em casa mudou bastante 😍




14.10.20

Assisti e recomendo: Sob Pressão (Globo e Globoplay)

Ontem acabou mais uma temporada de Sob Pressão, desta vez um curto especial de dois episódios chamado Plantão Covid.

E como vem acontecendo desde 2017, quando a série estreou na TV Globo, fiquei impactado e sedento por mais episódios. Segue nova carência até a quarta temporada, que eu espero que não demore nesse cenário de reprogramações e alterações causado pela pandemia.


Não que eu seja da área de saúde, e olha que não tenho estômago nem coragem pra ver cortes em cirurgias sem desviar o olhar, além de outras exposições. Mas a série me pegou pela hiperdosagem de realidade, a tensão da rotina louca de um pronto socorro mostrando na carne a vida como ela é lá dentro, ou como imaginamos que seja.

É claro, a série partiu de um filme que partiu de um livro que partiu de um relato de experiências reais de um médico, Marcio Maranhão. Então a verossimilhança, que eu sempre prezo mesmo em produções ficcionais audiovisuais, por gosto pessoal mesmo, nunca decepciona.

Concordo que tem alguns exageros, no heroísmo dos protagonistas, em alguns dramas, mas são concessões que fazem parte do jogo. A série não é perfeita, acabou de ser criticada inclusive por parte do público e oficialmente pelo Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP), que a acusa de desmerecer outros profissionais de saúde, em detrimento dos médicos.

Porém, eu e muitos a consideramos um primor. No ano passado, Marjorie Estiano foi indicada ao posto de melhor atriz pelo prêmio Emmy Internacional por sua atuação na terceira temporada. Júlio Andrade encarnou muito bem o protagonista e suas complicadas questões, alternando grandes virtudes e fraquezas desde o princípio. 

Os demais médicos que convivem com eles agregam de diferentes maneiras. Os pacientes ocasionais conferem um tempero a mais. A simulação de um hospital de verdade é impressionante, em estrutura, cenário, equipamentos, gente circulando. Enfim, uma baita série. 

Nem todo mundo tem estômago, ainda mais em um contexto de pandemia, pra ficar vendo tanto estresse dessa gente sob pressão intensa. Pra quem tem, que venha logo a quarta temporada!

17.8.20

Lema

 Pense antes de fazer, respire antes de falar e guarde só o que importar.