Pelo prazer de apostar, tentar prever e ver depois o quanto se acerta (e se conhece daquele assunto, no fim das contas), arrisquei a posição dos 20 clubes do Campeonato Brasileiro de Futebol da Série A ao final do 1º turno, que começa amanhã e vai até 15 de agosto. Ah sim, é porque adoro esse esporte também!
Chegando lá volto pra avaliar como fui e projeto o 2º turno. Quem quiser se arriscar comigo (porque a previsão para um cenário daqui a mais de 3 meses, com 20 elementos e umas 128198 variáveis possíveis no meio do caminho, tem muito mais chance de revelar erros do que acertos...), revele seus prognósticos também!
Grande reconstituição histórica sobre um acontecimento que nós brasileiros não conhecemos tanto como a Segunda Guerra Mundial, por exemplo. É por isso, também, que é inegável o mérito do jornalista e escritor Marcelo Monteiro, que já havia escrito sobre o conflito de 1939 a 45. Ele te coloca pra dentro daquele momento da vida brasileira, uma República ainda ganhando forma, com uma narrativa rica em detalhes e pontos de vistas. E dá uma aula de marinha bélica, apresentando o contexto dos submarinos e demais navios de guerra que os livros tradicionais de história geral pouco ilustram. O gaúcho e gremista colorado Monteiro, hoje na imprensa porto-alegrense, foi meu colega de iG Esporte durante poucos meses, mas fiz questão de cumprimentá-lo pelo sucesso (já que ele superou a tendência de a maioria dos jornalistas representarmos projetos frustrados de escritores) quando ele voltou à Pauliceia para o lançamento do U-93 na última Bienal do Livro, ano passado. Demoraram vários meses, porém concluí a leitura e deixo aqui esse livro-reportagem-história como indicação de boa (e em vários pontos divertida) leitura aos amigos, sejam eles "da imprensa" (conforme expressão do próprio autor) ou de fora!
Dando sequência à minha série musical do passado Hit das Antigas (veja aqui qual foi o primeiro post), eis um sucesso de uma boy band brasileira que nos faz lembrar uma situação muito comum na adolescência: a rejeição amorosa.
Especialmente quando a gente "pagava um pau" danado pra alguém e a pessoa nos esnobava. Quem nunca??
"Ela não liga" foi a "música de trabalho" que impulsionou o segundo LP (que na minha infância quase sempre era K7) do grupo Polegar, em 1990, quando o pirralho aqui nem sabia direito o que era paquerar (mas depois descobriu o que era se identificar com a mensagem da canção... :P).
Nascido em 1989, o Polegar não durou muito, como muitos artistas produzidos Brasil afora, porém deixou marcas profundas na nossa memória musical chicletística. O vídeo abaixo é de uma das 39842 participações dos garotos no SBT, no também marcante Viva a Noite, de Gugu Liberato (que não era propriamente para pirralhos, só que eu gostava de assistir). Por que sempre que nos lembramos do Polegar nos vem o canal do Silvio Santos à mente? Saber que a banda foi lançada por uma empresa de Liberato (Promoart) ajuda a responder...
Eu sou um carro, / ela não guia Sou um cigarro, / ela não fuma
Eu tô na dela, / ela tá numa
Eu tô de noite, / ela de dia
Eu viro rádio, / ela não liga
Eu peço um gesto, / ela faz figa
Toco guitarra / e bateria, / ela só ouve / sinfonia.
(Refrão)
Ela não liga se estou apaixonado
E nem se toca com a minha fantasia
Se ela soubesse quanto tenho estudado
Pra ver se entro lá na sua academia
Ela não liga se eu pareço desligado Mas acontece que ela já virou mania Quando aparece eu já me sinto sorteado
Eu sou o bilhete ela é a loteria
Ela não liga, / Ela não liga, / Ela não liga, / Ela não liga pra mim (2x)
Ela não sabe / da minha história
Eu tô na sua / geografia
Eu jogo sempre / pela vitória
Ela só joga / água fria
(Repete refrão) Ela não liga, / Ela não liga, / Ela não liga, / Ela não liga pra mim (2x)
Perdemos do nosso convívio, dias atrás, o mestre Antonio Abujamra, dramaturgo, diretor de teatro, ator e apresentador de TV. Desconhecia os demais trabalhos de talento de Abu, mas o papel de apresentador e mediador na TV Cultura, à frente do programa Provocações, acompanhava de perto, há mais de 10 anos. Ainda na graduação em Jornalismo, nos bons tempos de vida universitária em Bauru, me reunia com os amigos de república para assistirmos e discutirmos as incisivas provocações abujamrianas. Sua ironia e sarcasmo ímpares, com diversas vítimas, desde a pífia audiência do próprio programa de entrevistas até a tragédia da impotência humana diante da constatação de suas limitações, dilemas e ignorâncias, faziam dele um personagem único. Entremeava citações de enormes pensadores das ciências sociais, humanas e literatura com entrevistas captadas com transeuntes e maltrapilhos do centro de SP, no entorno da Praça da Sé, aquela gente que parecemos ignorar, perambulando e pregando ao léu, para quase ninguém ouvir e considerar. Mas Provocações ouvia. Caricaturas e exageros à parte, ele nos fazia pensar e questionar sobre situações e fatos numa perspectiva que nem grandes professores de filosofia fariam. Vai lá, Abu, provoca os caras do outro plano pra onde te mandaram! Na abertura da edição abaixo, uma das últimas do provocador, ele verbaliza o tradicional prólogo do programa que "idolatrava a dúvida" (sensacional isso!):
Jornalista desde infante e até de folga, prego o escrever tanto quanto o ler. Interiorano mesclado com paulistano, santista, esportista e antifascista. Sem vergonha no sentido da extroversão.