Me lembrei de uma expressão que ouvira diversas vezes nas transmissões televisivas de corridas de automobilismo, só que nunca experimentara: o piloto "virou passageiro do carro". Pois foi uma situação em que o motorista aqui de repente se viu incapaz de evitar o movimento lateral do carro, apenas torcendo para o menor dos danos, e que tudo acabasse logo. Menos a vida, que derrepente congelou numa sequência fílmica de final inesperado.
Felizmente o caminhão que nos abalroou acabou nos protegendo de males maiores, porque o amassamento do nosso veículo é muito pouco perante o estrago que a situação poderia causar a nós e outros motoristas, passageiros e pedestres. O que nos permite concluir que nascemos de novo, sim, dada a possibilidade, que perfeitamente poderia ter sido real, de aquela avenida ter sido nossa última parada.
Quando me vi dentro do primeiro carro, bateu aquela sensação de "Uau, posso ir a qualquer lugar (trafegável) quando eu quiser!". Agora aprendi que o poder do motorista vai até onde o carro permite, e há momentos em que ele decide tomar o poder sem que o condutor nada possa fazer. É, não podemos ir sempre a qualquer lugar não...
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