29.4.13

Imagem não é tudo



Outro dia, no busão, sentou-se do meu lado uma moça com uma bíblia de capa mais colorida e textual do que as convencionais, o que me chamou a atenção (palavras à vista sempre me atraem).

Minha espiada identificou poucas informações, mas entre elas estava o nome Silas Malafaia, dado que me fez alterar a impressão inicial sobre a garota. De uma certa admiração pela nobreza do livro portado, senti um quê de repulsa pela associação que realizei do pastor com expressões lastimáveis, como preconceito e intolerância com determinados grupos sociais.

Aí depois refleti e me fiz duas perguntas: alguém que abre uma bíblia necessariamente é digno de admiração só por isso? Todos os leitores de qualquer texto de Silas Malafaia merecem o mesmo tipo de consideração que nutro pelo líder religioso?

Resposta fácil e comum aos dois casos: não. O texto bíblico é carregado de simbolismos, metáforas, colocações que permitem mais de uma interpretação. Ensina o caminho do amor, mas se absorvido literal ou tortamente por um fruidor intolerante pode transformar o bom em mau semeador.

De mesma forma, suponho que um pastor de prestígio, ao se colocar como multiplicador dos ensinamentos divinos, deve ter, entre as dezenas de discursos direcionados ao pastorado, aqueles que estimulem suas ovelhas a praticar o bem e fazer a diferença positivamente entre os seus e na sociedade (sejam a maioria ou a minoria deles).

A primeira impressão e a imagem mais recorrente nem sempre dão conta do que a pessoa é, não é?

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