29.1.13

Sobre os Guarani Kaiowa

Recentemente, descobrimos pela internet a situação difícil dos índios da etnia Guarani Kaiowa, ameçados de despejo por ordem judicial no Mato Grosso do Sul.

Digo pela internet pois foram sites, blogs e sobretudo redes sociais os canais que propagaram um drama que virou causa para muita gente, a ponto de modificar seus nomes de usuários nas redes para "Fulano de Tal Guarani Kaiowa".

Será que era pra tudo isso, perguntei-me? Fui atrás de algumas referências e concluí que sim, a iniciativa se justificava. Ei-las:

> Da jornalista Eliane Brum, sobre o significado de incorporar o nome da etnia ao sobrenome, ouvindo alguns personagens, AQUI;

> Do jornalista Bob Fernandes, entrevista com o antrópologo Spensy Pimentel, que traz bastidores e atores relacionados ao tema, AQUI;

> Do professor Renzo Taddei, sobre ser índio, não-índio e "servir à sociedade", AQUI.


Observações e opiniões nos comentários são muito bem-vindas :)

23.1.13

ORIGEM DAS COISAS - A palavra "favela"

Excerto extraído de reportagem do site ControVérsia* sobre o Morro da Providência, no Rio de Janeiro, literalmente marcado pela aproximação da Copa e da Olimpíada na cidade:

"...O Morro da Providência, cujos primeiros barracos começaram a ser erguidos no final do século 19, é a primeira favela do Brasil. Localizada entre a Central do Brasil e a zona portuária, sua origem remete a uma das injustiças habitacionais da história da antiga capital do Brasil.

O governo federal não cumpriu sua promessa de dar moradia aos soldados que voltavam da Guerra de Canudos (1896-1897). A palavra favela, que agora se estende a todos os bairros pobres e superlotados do Brasil, teria surgido ali com os soldados que a identificavam com o nome de um morro onde ocorreram batalhas no interior do Estado da Bahia, que levava o nome de uma planta do lugar..."

 
 
 
*de autoria de Fabiana Frayssinet (Envolverde/IPS), originalmente publicada pela Revista Samuel.

15.1.13

Lixo de (So) Ci (e) dade

Difícil ver cena mais desumana do que um ser humano catando restos no lixo para levá-los a boca instantes depois (não me refiro a quem revira o lixo atrás de metais e papelões para vender, é diferente).

Lixo faz mal à saúde, inda mais de quem mal a tem, lixo nos enoja. SP quase todo dia me enoja exibindo desumanidade, sendo um lixo de cidade.

Partilho da trágica constatação de Manuel Bandeira no poema "O bicho", publicado em 1948 (!):

“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem”.