16.6.11

Gosto pacas deste texto-desabafo, produzido sobre o "ter que trabalhar" após dias e dias no busão a caminho do... trabalho! Resulta de uma reflexão que me parece definitiva, gritando em mim por mais depressiva que pareça. Me diga o que acha, pode ser?

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DIAS PERDIDOS NO SEMI-ABERTO

Hoje eu poderia conhecer um lugar, experimentar novas sensações, ver como está o mar, adicionar outras impressões. Mas não posso, tenho que trabalhar.

Hoje eu queria me permitir amar, não saindo do lado dela. Não ver a hora passar, tratá-la como cinderela. Mas não podemos, temos que trabalhar.

Hoje eu gostaria de rever os amigos, dar risada até doer, falar pelos ouvidos e brindar sem saber. Mas não posso, tenho que trabalhar e os amigos também.

Hoje bem que eu podia me cuidar, andar, correr e transpirar. Testar a resistência até cair, depois cair na cama até dormir. Mas não posso.

Bem que eu podia curtir o parque só pra relaxar, um livro no gramado, céu meio nublado, pensamentos convidados. Não posso.

Tirar o dia pra caridade, exercitar a bondade, levar um sorriso a quem é preciso. Não.

Eu podia deixar a chuva lá fora e me entocar aqui dentro. Fazer do lar a fortaleza, respeitar a moleza, recusar a dureza de um dia moldado pra não tocar no cadeado. Poderia? Não.

Alguém questiona: Mas existe dia certo para tudo. Já ouviu falar em sábado e domingo? Ou feriados?

Dia certo não, dias que sobram, né? Quer que eu me contente com 2 dias de liberdade e 5 de prisão em regime semi-aberto, de cada pacote de 7 chamado semana? Que eu espere o calendário ser bonzinho e conceder uma emenda de feriado de vez em quando?

A matemática não mente, embora a abstraiamos cotidianamente. Mais de 70% do nosso tempo é perdido com o cumprimento do semi-aberto. Trabalhar é estar preso, não importa se o labor gera mais alegria ou mais dor, sofrimento ou valor, receio ou destemor.

Alguém rebate: Peraí, como sobreviver sem trabalhar? Quer apenas vadiar? Como vai se sustentar?

A proposta soa indecorosa. Mas qual a maior proposta, no período de tempo que chamamos de nossa vida, senão a busca da felicidade? E como atingi-la plenamente sem plena liberdade?

Por que precisa ser assim, perder dias, meses e anos porque precisamos de dinheiro? Faz sentido precisar de dinheiro?

Alguém conclui: então os milionários têm tudo para serem plenamente felizes, pois o dinheiro os liberta.

Liberta? Liberta ou aprisiona tanto quanto o trabalho, por ser indispensável pra quem paga e pra quem recebe?

Eu sonho poder dispensar o indispensável do dinheiro e o indispensável do trabalho, assim como suas grades correlatas. Enquanto isso, perco meus dias na prisão semi-aberta.

Tempo é dinheiro? Pobre do tempo...

(Bruno Pessa, pessimista e pessoal)

11.6.11

Concluída a entrega da versão final da capa dura da dissertação em azul royal e letras douradas (refinado, o negócio...), eis os agradecimentos que constaram no trabalho e merecem que se tornem públicos. Obrigado...

A Sandra Reimão, primeira orientadora, pelo abrigo e passos iniciais.

A Cicília Peruzzo, orientadora definitiva, pela flexibilidade e compreensão desmedidas.

Aos responsáveis pela concessão da bolsa de estudos Capes flexibilizada na Umesp.

À biblioteca do campus Rudge Ramos da Umesp, pelo acesso às edições do jornal Brasil de Fato.

Aos meus dedicados pais, pelos enormes investimentos afetivo e material

A Arianne Pessa, mais do que companheira.

A minha irmã Lisandra, familiares, amigos e demais fontes de apoio, auxílio e vibrações positivas.

A Deus, por tudo que escapa à capacidade humana.