23.7.07

Devo ter uma média de cerca de quatro leitores semanais, sendo que três deles esperam (ou acham) que eu deva postar com bastante freqüencia por aqui e um está dormindo na pia* para este fato...

A esses diletos, peço perdão pela ausência, que se deve à minha presença em http://ultimosegundo.ig.com.br/esportes/pan2007/ até o fim do mês. Quem passear por lá ganha uma balinha minha. Mas não procure meu nome, o troço é pouco pessoal.

Para não ser redundante sobre o Pan, do qual todo mundo fala alguma coisa, algumas conclusões pessoais:

1. Ouro para quem criou as camisas do Brasil do Guaraná Antártica no ano passado, na época da Copa, aquelas alusivas às seleções campeãs (58, 62, 70, 94 e 02)! Porque quem tem uma delas as vê constantemente na torcida brasileira presente no Rio em tempo de Pan, mais até do que as caras camisas oficiais da seleção e as caretas camisetas dos turistas. Tentei adquirir mais, mas só consegui duas no ano passado.

2. Odiamos ver os norte-americanos a cada 5 minutos no alto do pódio e os argentinos que cruzam nosso caminho, mas nosso maior adversário em esportes olímpicos chama-se Cuba. Os cubanos são encardidos, mais frios do que nós, nos provocam e, pra piorar o quadro, nosso país continental fica atrás da pequena ilha deles no quadro de medalhas. Morô?

3. Apesar do excesso de bronze, quartos lugares e últimas colocações, o desempenho geral do Brasil foi além do esperado. Se os esportes marginais que nos deram medalha - badminton, taekwondo, esqui aquático, remo, boliche, etc - fossem minimamente valorizados, teríamos todas as condições para sermos uma potência do calibre dos EUA. Em qualquer Pan.

4. Não contavam com a astúcia do clima. Chuva e ventos adiaram provas no remo, vela, tênis, softbol e beisebol e foram até apagar a coitada da pira, esquecida no Maracanã desde a abertura (embora o COB nunca assuma o fato, imperdoável e coisa típica do País da Piada Pronta). Não há organização que resista às vontades celestes, e olha que o Brasil não fez feio nesse sentido.

5. Sim, fazer um Pan numa cidade que vive com medo não tá certo, bem como gastar milhões a mais do que o necessário. Mas acho que temos mais vantagens do que desvantagens em abrigar uma competição dessas. O Pan traz turistas, grana, mídia pros esportes obscuros e deixa um legado material riquíssimo, pra cidade do Rio (as pessoas que morarão na Vila, por exemplo), e pras modalidades que terão onde treinar e jogar - se Deus e os dirigentes quiserem. Além de tudo, o Pan no Brasil gera empregos e alimenta jornalistas como este que vos escreve. Você ainda quer que eu meta o pau?

6. Andrea realizou meu sonho. Esclareço! Como goleiro semi-pré-amador, sempre me imaginei terminando um campeonato como goleiro invicto e "intacto" (sem ter levado gols) da seleção. E agora a arqueira da seleção feminina ralizou o feito no Pan! Tudo bem que, no sonho, eu recebia os maiores louros pela vitória e, na vida real, Andrea foi ofuscada por Marta, Cristiane, Daniela e cia. Mas sua marca é louvável! Depois do que as nossas futebolistas fizeram, torço para o ministro dos Esportes cumprir sua promessa o mais breve possível, criando uma liga de futebol feminino que não morra mais.

7. Beijar e morder a medalha já cansou. Alguém tem uma idéia melhor?

*dormir na pia = ser indiferente, não estar nem aí, estar cagando e andando, etc... (com a devida licença poética do meu irmão Eduardo 'Pitoresco' Sales)