22.8.24

E o Silvio Santos lá

Difícil que alguém que vive da Comunicação, como nós jornalistas, não tenha uma opinião nem expressemos algo com a partida de Silvio Santos, considerado o maior comunicador que o Brasil já teve, o maior gênio da TV brasileira, um case de sucesso de empreendimento.

Reconheço seus feitos e predicados, e que dificilmente veremos outro SS, até porque a televisão e a forma de consumir TV mudaram radicalmente dos anos 80-90 para os dias de hoje. Mas admito que não sinto admiração por ele.

Como apresentador e dono de emissora, seus talentos eram evidentes, esteve entre os melhores. Porém quem conhece bastidores familiares e políticos nota condutas bem questionáveis. A maneira de enriquecimento via exploração popular que custeou o Baú da Felicidade não dá para admirar, embora não destoe do animador que jogava dinheiro pro seu auditório como se fosse migalhas de pão para pombos na rua - gesto igualmente problematizável, né?

Enquanto ele esteve no Programa Silvio Santos, nunca fui audiência constante, sempre preferi o esporte aos domingos, especialmente o futebol e o automobilismo, e quando "só tinham" Faustão ou Silvio, ficava na Globo. Tenho uma lembrança de infância de me irritar muito quando íamos visitar tias da minha mãe e eu não conseguia ver o futebol porque a TV hibernava no SBT domingo à tarde toda.

O jornalismo no SBT viveu anos de silêncio, e enquanto presente, raramente me cativou. A programação infantil eu consumi enquanto fui público, especialmente Chaves e Chapolin, até depois que não era mais público, confesso. A novela Carrossel, como gostava, acompanhei inclusive as reprises. Depois dos anos 1990, foi rareando meu contato com a emissora dos Abravanel, fundada pelo Senor. Até chegar ao ponto, nos últimos anos, de o aparelho de TV aqui da sala frequentemente não sintonizar mais o SBT, por instabilidade da antena do prédio, e simplesmente não sentirmos falta.

Parece que vem aí o streaming SBT+, e se voltarem a nos oferecer episódios dos personagens icônicos de Roberto Gomez Bolaños, o Chespirito, quem sabe eu volte a ser um telespectador do canal 4, ainda que fora da TV convencional.

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